A invasão da Etiópia
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No 3 de outubro de 1935 as tropas da Itália fascista, partindo da Eritréia, na África Oriental, atacaram o Reino da Etiópia, nação das mais pobres do continente. A aventura militar, entretanto, não foi um passeio. Apesar de bem armados com equipamento moderno, os fascistas enfrentaram uma tenaz resistência do povo etíope, o que frustou o desejo do ditador Mussolini em realizar uma campanha rápida. A guerra de agressão à Etiópia expôs a enorme fragilidade da Sociedade da Liga das Nações, fundada em 1919, exatamente para evitar que potências belicistas, expansionistas e predadoras, engolissem as mais fracas. O doloroso episódio significou o fim da Liga das Nações e o prenúncio da Segunda Guerra Mundial.
Uma sessão vergonhosa
"De um problema diplomático {o litígio entre a Itália e a Etiópia], tornou-se um problema de força, um problema histórico, que importa resolver pelo único modo pelo qual os problemas sempre terminam resolvidos – pelo emprego das armas."
Mussolini ao general Badoglio, 30 de dezembro de 1934.
Certamente que aquela sessão de junho de 1936 foi a mais constrangedora que a Sociedade da Liga das Nações assistiu na sua curta existência. De pé, no púlpito frente ao microfone, o Négus , o imperador da Etiópia Hailé Sélassie, um homem pequeno, barbudo, com uma capa preta sobre os ombros, de enorme dignidade, protestava contra a invasão do seu reino africano pelas tropas da Itália fascista. Viera invocar o principio da Segurança Coletiva, segundo o qual um ataque a uma nação integrante da Liga significava uma agressão a todos os seus membros.
Nas laterais, tentando impedir o seu discurso indignado, lido em aramaico, jornalistas italianos apupavam e vaiavam o estadista. Pior ainda foi o resultado da votação em que ele pedia em que os delegados não reconhecessem a conquista do seu país feita pelo agressor, que naquelas alturas já havia ocupado a Etiópia. Enquanto 25 membros abstiveram-se, 23 votaram contra a proposta de Sélassie, e somente um foi a favor, ele mesmo. Os representantes do mundo, capitulando, aceitaram o fato consumado: Mussolini havia conquistado o reino de Négus(*).
quinta-feira, 9 de outubro de 2008
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